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Um levantamento realizado pelo jornal O Globo, com base em dados do Instituto Quaest, trouxe à tona a elevada rejeição dos candidatos de esquerda nas disputas pelas prefeituras das capitais brasileiras. Entre os 25 candidatos mais rejeitados em 24 capitais, dez pertencem a partidos de esquerda, como PT, PSOL e PCO, revelando um desgaste significativo desses partidos junto ao eleitorado. A análise focou em candidatos com mais de 40% de reprovação, o que reflete uma crise de imagem e credibilidade da esquerda no cenário eleitoral atual. Em contraste, apenas sete candidatos de direita aparecem na lista, com os outros oito sendo de centro.
Um dos exemplos mais emblemáticos dessa rejeição é o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), que amarga apenas 15% das intenções de voto e impressionantes 69% de rejeição. Sua gestão tem sido marcada por crises, como a da coleta de lixo, que praticamente inviabilizou suas chances de reeleição. Esse cenário reforça a ideia de que a esquerda está perdendo terreno em várias regiões, especialmente em locais onde não conseguiu entregar resultados efetivos.
A situação de Natália Bonavides em Natal reflete o desgaste do PT
A candidatura de Natália Bonavides (PT) à prefeitura de Natal não foge à regra de rejeição crescente dos nomes de esquerda. Apesar de contar com uma base de apoio entre os eleitores mais ideológicos, sua rejeição entre os conservadores da capital potiguar é alta, refletindo o desgaste do PT, que enfrenta dificuldades para se reerguer após escândalos e anos de polarização política. A campanha de Bonavides tem enfrentado forte resistência, e a candidata precisará de muito esforço para contornar o antipetismo, que ainda é latente em grande parte do eleitorado natalense. A situação de Bonavides evidencia a dificuldade da esquerda em reconquistar a confiança de eleitores desiludidos com o partido.
Esquerda e a dificuldade de enfrentar fake news ou realidades incômodas
Outro caso que exemplifica a rejeição à esquerda é o de Maria do Rosário (PT), que concorre à prefeitura de Porto Alegre. Embora esteja tecnicamente empatada com o atual prefeito Sebastião Melo (MDB) nas intenções de voto, sua rejeição atinge 48%. Segundo seu coordenador de campanha, parte dessa rejeição seria atribuída à propagação de fake news. No entanto, esse discurso parece não convencer totalmente, pois a imagem negativa do PT, especialmente em regiões mais conservadoras, não pode ser atribuída apenas a desinformação. A rejeição à esquerda vai além de boatos: é uma reação a anos de promessas não cumpridas e escândalos de corrupção que abalaram a confiança de muitos eleitores.
Outros nomes da esquerda lutam contra a rejeição
Em Manaus, o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) também se vê diante de uma rejeição de 48%, enquanto Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, acumula 45% de reprovação, o que o coloca em uma posição delicada. Em Teresina, Lourdes Melo (PCO), que ganhou notoriedade por sua atuação controversa na campanha de 2022, é rejeitada por 53% dos eleitores.
O ex-governador Roberto Requião (Avante), em Curitiba, e o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT), em João Pessoa, também enfrentam altos índices de rejeição, com 51% e 49%, respectivamente, mostrando que o cenário é desafiador para a esquerda em todo o Brasil.