A saída ocorre na esteira de semanas de fortes críticas públicas de Bolsonaro à política de reajuste de preços dos combustíveis. No dia 10 de março, a Petrobras anunciou a elevação dos preços nas refinarias da gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%). O aumento ocorreu em meio à disparada do barril de petróleo do tipo Brent, usado como referência para a formulação dos preços, em reflexo das incertezas no mercado geradas pela guerra no Leste Europeu.
Rumores do mercado financeiro sinalizam que a presidência da Petrobras deve ser ocupada por Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria voltada ao setor de energia. Silva e Luna assumiu o cargo no lugar de Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro do ano passado também em meio uma crise aberta com o governo federal por reajustes nos combustíveis. Ele estava no comando da estatal desde 2019 por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O mega-aumento da Petrobras foi duramente criticada por Bolsonaro, que afirmou em diversas oportunidades que a política de preços da estatal deveria ser revista, apesar de afirmar que não iria intervir no comando da empresa. Desde 2016, a Petrobras mantém o preço de paridade de importação (PPI), que usa a cotação do barril tipo Brent e o patamar do dólar para formular o preço interno. O chefe do Executivo chegou a falar que a diretoria da Petrobras “só pensa neles” e que a empresa deveria ser privatizada. “Muita gente me critica, como se eu tivesse poderes sobre a Petrobras, não tenho poderes sobre a Petrobras. Para mim, é uma empresa que poderia ser privatizada hoje, ficaria livre deste problema. E a Petrobras se transformou na Petrobras Futebol Clube, onde o clubinho lá de dentro só pensa neles, jamais pensam no Brasil”, disse no dia 16 deste mês.
Jovem Pan