Seu imóvel no seu nome

Acompanhe, compreenda, acolha.

Coronel Hélio, o “novo senador Carlos Alberto” sem legenda de 1982?



Um comparativo histórico no mês do aniversário de morte do ex-senador Carlos Alberto

No mês em que o ex-senador Carlos Alberto de Souza completa mais um ano de ausência, o Blog do Cyrillo revisita um dos capítulos mais emblemáticos da política potiguar para comparar aquele momento histórico com a movimentação atual em torno do pré-candidato Coronel Hélio. A coincidência de contextos, separada por quatro décadas, reacende debates sobre outsiderismo, rejeição das elites e o peso da mobilização popular nas decisões eleitorais do Rio Grande do Norte.

O início da fritura e o “perigo” de crescer

O Coronel Hélio(presidente do PL em Natal) vive, hoje, uma situação que políticos experientes consideram conhecida: após o sucesso do evento Bora Decolar, que reuniu mais de 500 pessoas no Holiday Inn, em Natal, passou a ser alvo de pressões internas e externas.

Ao mesmo tempo, o senador Rogério Marinho fortalece sua própria chapa, alinhando os senadores Styvenson Valentim e Álvaro Dias ao projeto que pretende dominar o debate sobre o Senado em 2026.

Coronel Hélio sempre foi fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro, desde quando ninguém acreditava e começava fazer sua campanha presidencial 2017/2018. Como também, nunca largou a mão, sendo fiel ao senador, presidente estadual do PL, Rogério Marinho.

Mas será que essa movimentação ecoa o que ocorreu em 1982, quando um candidato sem partido, sem apoio da elite e rompido com seu grupo de origem virou um fenômeno eleitoral?

A memória política potiguar diz que sim.

1982: quando Carlos Alberto virou o “impossível” que aconteceu

Em 1982, o Rio Grande do Norte assistiu a um dos episódios mais improváveis da sua história eleitoral. Rompido com o PMDB de Aluísio Alves e sem legenda, Carlos Alberto decidiu ir para as ruas na raça, se aproximando das comunidades, do eleitor pobre e das bases que não encontravam espaço nos acordos da elite política.

Contra todas as projeções, cresceu nas pesquisas, conquistou o eleitorado popular e terminou por ser eleito senador, abalando os grupos tradicionais.

Rejeitado pelas elites, acolhido pelo povo

Carlos Alberto era visto com desconfiança pelos setores mais tradicionais. A classe média o tolerava, mas não entusiasmava.

Ainda assim, seu estilo direto, polêmico e populista — condenado em público e elogiado em privado pelos caciques — empurrou sua candidatura para o centro do tabuleiro político.

A ruptura com o PMDB e a guinada para o PDS

Ao romper com o grupo Alves, passou a se aproximar do sistema Maia, tornando-se candidato apoiado pelo PDS, ao lado de José Agripino Maia, então jovem ex-prefeito de Natal e postulante ao Governo.

O sistema dominante preferia o empresário Radir Pereira como candidato ao Senado, mas a insistência de Carlos Alberto mexeu com toda a engenharia política da época.

Radir acabou aceitando ser vice-governador, garantindo a unidade do grupo. Resultado: vitória esmagadora sobre a oposição e a consagração de Carlos Alberto como a primeira grande liderança popular de origem humilde a chegar ao Senado pelo Rio Grande do Norte.

E esse capítulo completa mais um ano de ausência hoje — literalmente e simbolicamente.

As semelhanças com o momento atual

Embora separados por 42 anos, alguns elementos aproximam os cenários:

Crescimento fora da estrutura tradicional

— Carlos Alberto cresceu sem o apoio do seu antigo grupo; Hélio cresce à revelia de parte da direita organizada.

Reação imediata das lideranças estabelecidas

— Em 1982, a elite tentou inicialmente bloquear o avanço de Carlos Alberto; hoje, a “fritura” do Coronel Hélio começou assim que sua base mostrou força.

Identidade com o eleitor comum

— Ambos apostam (ou apostaram) fortemente na presença física, no discurso direto e na conexão com segmentos menos favorecidos.

Incômodo ao rearranjar tabuleiros montados

— Em 1982, o projeto para o Senado já estava desenhado com Radir; agora, a chapa dos senadores é lançada, mas enfrenta um novo fator de interferência.

As diferenças que não podem ser ignoradas

Contexto partidário

Carlos Alberto encontrou abrigo no PDS; já Hélio, até aqui, é presidente do PL de Natal, mas tem seu futuro indefinido se poderá ser candidato pela legenda, já o senador Rogério sinalizou Styvenson e Alvaro Dias. 

Disputa interna mais fragmentada

O cenário de 1982 tinha dois grandes blocos; o de 2026 tem três ou quatro forças em colisão simultânea.

Ambiente político hiperexposto

A política do passado era analógica; hoje, redes sociais ampliam tanto o crescimento quanto a fritura.

Conclusão: a história pode se repetir?

Comparar Coronel Hélio a Carlos Alberto não é apenas uma provocação jornalística — é uma forma de lembrar que, no Rio Grande do Norte, figuras improváveis já subiram a escadaria do Senado quando ninguém esperava.

Hoje, no aniversário de morte do ex-senador Carlos Alberto, o blog faz esse paralelo para provocar reflexão:

estaria surgindo um novo capítulo do “impossível” potiguar?

Ou 2026 repetirá apenas a disputa das estruturas tradicionais?

Aguardar as próximas cenas!


Cyrillo

Blogueiro político em busca de divulgar as verdades escondidas nos atos dos atores políticos.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem