A partir desta segunda-feira (9), os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Norte decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, após a rejeição da proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A decisão foi tomada em assembleias realizadas na última semana, onde os trabalhadores demonstraram insatisfação com a oferta de reajuste salarial de 4,64%, além de novos benefícios que, para eles, não atendem às demandas e expectativas da categoria.
O que motivou a greve?
A proposta salarial da Fenaban incluía o reajuste de 4,64%, com a promessa de novos benefícios que entrariam em vigor em 2024. No entanto, os funcionários consideraram a oferta insuficiente, argumentando que o aumento não acompanha a inflação acumulada dos últimos anos e não representa uma valorização justa da categoria. Além disso, o sindicato dos bancários aponta que as condições de trabalho dentro das agências estão cada vez mais precárias, com o aumento da pressão por metas e a falta de estrutura adequada para atender a demanda crescente de clientes.
De acordo com o Sindicato dos Bancários do RN, o movimento grevista é uma resposta à falta de diálogo efetivo com os bancos. “Estamos há meses tentando negociar, mas as propostas que chegam não refletem a realidade enfrentada pelos trabalhadores. As metas são abusivas, a sobrecarga de trabalho aumenta, e o reajuste proposto está longe de ser suficiente”, afirmou o presidente do sindicato, em nota.
Impactos para a população
Com a greve, serviços bancários podem ser impactados em diversas cidades do estado, principalmente em agências físicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Os clientes devem se preparar para a possibilidade de enfrentarem dificuldades no atendimento presencial, como saques, depósitos e renegociações de dívidas.
No entanto, vale destacar que os canais digitais continuarão operando normalmente, o que pode minimizar os transtornos para parte dos usuários. Ainda assim, para aqueles que preferem ou necessitam de atendimento presencial, a recomendação é acompanhar as informações e verificar alternativas para serviços essenciais.
Histórico de greves no setor bancário
Não é a primeira vez que o setor bancário enfrenta uma paralisação significativa. Greves bancárias têm ocorrido de forma relativamente frequente nos últimos anos, sempre girando em torno de questões salariais e condições de trabalho. Em 2016, por exemplo, uma greve nacional dos bancários durou mais de 30 dias, causando sérios transtornos em diversas partes do país.
Com o cenário atual de inflação em alta e o aumento do custo de vida, os bancários acreditam que a proposta da Fenaban não é suficiente para repor as perdas salariais dos últimos anos. Além disso, eles reivindicam melhores condições de trabalho, destacando o aumento do número de clientes e o consequente acúmulo de tarefas, sem uma contrapartida adequada em termos de remuneração e apoio nas agências.
O que esperar daqui para frente?
A greve é por tempo indeterminado, o que significa que não há uma previsão clara de quando os serviços serão totalmente normalizados. A Fenaban ainda não sinalizou uma nova rodada de negociações, mas a expectativa é que a pressão do movimento grevista possa acelerar um novo diálogo entre as partes envolvidas.
Enquanto isso, a orientação para os clientes é utilizar, sempre que possível, os serviços online ou aplicativos dos bancos, como transferências, pagamentos de contas e consultas de saldo. Para serviços que só podem ser realizados presencialmente, a sugestão é acompanhar as atualizações da greve e buscar alternativas, como correspondentes bancários.
A situação pode se intensificar nas próximas semanas, caso não haja avanços nas negociações, o que pode levar a uma ampliação do movimento grevista para outras instituições bancárias em todo o país. Até lá, a população deve se preparar para um cenário de incertezas quanto ao funcionamento das agências no estado.