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Por Redação – 07 de julho de 2025
O Partido Verde do Rio Grande do Norte vive uma de suas maiores crises internas. A bancada estadual formada pelos deputados Hermano Morais, Eudiane Macedo e Vivaldo Costa rompeu politicamente com o presidente estadual da legenda, o ex-vereador de Natal Milklei Leite. O estopim do racha foi a realização da convenção estadual do PV na última sexta-feira, 4 de julho, que ocorreu sem aviso prévio aos parlamentares, segundo denúncia dos próprios deputados.
A insatisfação da bancada não é recente, mas a convenção acendeu o pavio de uma disputa que se intensifica nos bastidores desde as eleições municipais de 2024. Os parlamentares alegam que a condução do processo eleitoral estadual descumpriu os estatutos do partido, ao não os comunicar oficialmente sobre a realização e os critérios da eleição do novo diretório estadual.
Em ofício conjunto divulgada no sábado (5), Hermano, Eudiane e Vivaldo solicitaram à Direção Nacional do PV a anulação da convenção estadual, alegando vícios graves de ilegalidade e exclusão deliberada da bancada parlamentar do processo decisório do partido.
Rejeição de filiação e acirramento de tensões
A crise se agravou ainda durante o período de formação das nominatas para as eleições de 2024. O presidente estadual Milklei Leite vetou a filiação de Tasso, filho da deputada Eudiane Macedo, ao PV, impedindo-o de disputar uma vaga na Câmara Municipal de Natal pela legenda. O episódio foi visto como um ataque direto à deputada e causou mal-estar entre os parlamentares.
Em maio deste ano, Hermano Morais declarou publicamente, em entrevista no dia 19, que "não via o PV minimamente estruturado para enfrentar as eleições de 2026".
No mês seguinte, Hermano esteve em Brasília com o vice-presidente nacional do PV, Reinaldo Nunes, a quem relatou o que chamou de “desorganização crônica e centralismo excessivo” no partido no estado potiguar.
Presidente rebate e acusa deputados de oportunismo
Do outro lado, Milklei Leite não recuou nas críticas. Em entrevista concedida ao jornal
M Agora RN na edição de 12 de maio, o presidente estadual disparou: "Os deputados do PV não têm compromisso com o partido. Vieram apenas para se eleger. Não participam da construção do projeto partidário no RN.”
A tensão chegou ao ápice quando Milklei, ainda no final de 2024, ameaçou a deputada Eudiane Macedo com processo por infidelidade partidária. A ameaça veio após a parlamentar se recusar a seguir a orientação do PV de apoiar a candidatura da deputada federal Natália Bonavides (PT) à prefeitura de Natal.
PV Nacional quer conciliar com os deputados
Com o pedido formal de anulação da convenção estadual, o imbróglio agora está nas mãos do diretório nacional. A tendência é de que a Executiva Nacional se manifeste nos próximos dias para decidir se acata o pedido dos deputados e convoca uma nova convenção ou se mantém o atual diretório sob comando de Milklei Leite.
Internamente, há setores da direção nacional preocupados com o risco de debandada da bancada estadual, o que poderia fragilizar o PV no RN e comprometer os planos de crescimento para as eleições de 2026.
Enquanto isso, o clima entre os verdes potiguares é de total ruptura. A convivência entre os deputados e o presidente estadual está desgastada, e o futuro da legenda no estado é incerto. O Partido Verde do RN vive, sem dúvida, uma de suas maiores tempestades políticas. O Deputado Hermano Morais ou a deputada Eudiane Macedo poderão ocupar a presidência do PV RN.
Em tempo: soube que até membro da Executiva Estadual da legenda não foi avisado ou convidado a participar do processo eleitoral.