Foto: Reprodução |
A Polícia Federal (PF) apreendeu ao menos R$ 2 milhões em operações voltadas à investigação de compra de votos em Roraima ao longo de cerca de uma semana. A última apreensão ocorreu na segunda-feira, 9, envolvendo o empresário Renildo Lima, preso em flagrante com dinheiro escondido na cueca. Renildo é marido da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR).
Além de Renildo, outras cinco pessoas foram detidas, incluindo dois policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), após sacarem R$ 500 mil em espécie de um banco. Todos são investigados por crimes eleitorais e associação criminosa armada.
Apreensão milionária em poucos dias
A PF intensificou as ações em Roraima, resultando na apreensão de R$ 1 milhão em apenas três dias. Na sexta-feira, 6 de setembro, foram encontrados R$ 500 mil divididos em pacotes de notas de R$ 100. Já no dia 4 de setembro, outras operações apreenderam R$ 520 mil em dinheiro vivo, além de celulares e material de campanha. A polícia não divulgou os nomes de todos os envolvidos, pois os casos ainda estão sob investigação.
Reação de Helena da Asatur
Nas redes sociais, a deputada federal Helena da Asatur, esposa de Renildo Lima, criticou a ação da Polícia Federal. Embora o marido tenha sido preso tentando esconder dinheiro na cueca, Helena argumentou que movimentar o próprio dinheiro não deveria ser associado à compra de votos, considerando a situação uma injustiça.
Casos emblemáticos de dinheiro na cueca
O caso de Renildo Lima não é o primeiro episódio de apreensão de dinheiro escondido em roupas íntimas no Brasil. Em outubro de 2020, o senador Chico Rodrigues (PSB) foi flagrado com R$ 33 mil na cueca durante uma operação da PF em sua casa, quando era vice-líder do governo no Senado. A operação, conhecida como Desvid-19, investigava um esquema de desvio de R$ 20 milhões destinados à Secretaria de Saúde de Roraima.
Outro caso famoso ocorreu durante o escândalo do mensalão, em 2005, quando José Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado José Guimarães (PT-CE), foi preso com R$ 200 mil em uma mala e US$ 100 mil escondidos na cueca. Esse caso prescreveu em 2021.
A operação atual em Roraima, envolvendo Renildo Lima, adiciona mais um capítulo ao histórico de escândalos envolvendo grandes quantias de dinheiro ocultadas de forma inusitada, levantando ainda mais dúvidas sobre a integridade das eleições na região.