O dólar atingiu nesta sexta-feira (29) a marca histórica de R$ 6,10, registrando o maior valor já visto no Brasil, sob o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A alta acentuada da moeda americana levanta um ponto curioso: a incoerência do Partido dos Trabalhadores em relação ao câmbio, considerando que em 2019, quando o dólar chegou a R$ 4,26 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o partido usou suas redes para criticar a gestão e atribuir a alta à “incapacidade” do então presidente e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
*O que mudou de 2019 para 2024?*
Na época, o PT afirmou que Bolsonaro e Guedes estavam “levando o país à instabilidade” e que a alta do dólar era reflexo de uma “política econômica desastrosa”. Agora, sob a gestão petista, a moeda americana disparou para patamares nunca antes vistos, enquanto o governo enfrenta dificuldades para justificar o cenário. A economia global segue sendo um desafio para todos os países, mas o discurso que antes servia como crítica ao adversário não parece ter sido aplicado na prática.
Comparando os números
Bolsonaro (2019): Dólar chegou a R$ 4,26; PT atribuiu alta à incapacidade do governo e "total instabilidade econômica".
Lula (2024): Dólar bate R$ 6,10, o maior valor da história; o governo argumenta que o câmbio elevado é reflexo de fatores externos, ignorando a responsabilidade interna.
É importante lembrar que, mesmo enfrentando pressões internacionais como a pandemia de Covid-19 e tensões geopolíticas, o governo Bolsonaro conseguiu manter medidas de controle fiscal que evitavam um descontrole maior no câmbio. Já sob o governo Lula, decisões que geram incertezas no mercado, como discursos contrários à austeridade fiscal e propostas de aumento de gastos, contribuem para a volatilidade da moeda.
A alta do dólar afeta diretamente o custo de vida, encarecendo produtos importados, combustíveis e insumos industriais, além de prejudicar investimentos estrangeiros. Com isso, a população sente o peso das políticas econômicas de um governo que prometeu estabilidade, mas entrega o oposto.