Campanha SOU ALRN

MNPCT publica relatório de inspeção em unidades de privação de liberdade do Rio Grande do Norte





O Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura (MNPCT) é um órgão de Estado autônomo e independente, instituído pela Lei n.º 12.847/13 e compõe o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. O MNPCT tem como função precípua a prevenção e o combate à tortura, a partir de inspeções regulares em unidades de privação de liberdade em todo território nacional. As/os integrantes do órgão possuem autonomia e independência em suas posições e opiniões no exercício de suas funções.

Como missão essencial em defender os direitos humanos, o MNPCT registra o repúdio a todas as manifestações e ações referentes à prática de violência e mortes. Externamos a solidariedade e pesar a toda a população norte-rio-grandense que vêm vivenciando uma onda de violência e que tem feito vítimas fatais.Todas as vidas importam e desejamos o reestabelecimento de tempos de paz e garantia de direitos.

Entre os dias 21 e 25 de novembro de 2022, o MNPCT realizou inspeção em cinco unidades de privação de liberdade no estado do Rio Grande do Norte: a Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato, no município de Ceará Mirim; a Penitenciária Estadual Dr. Francisco Nogueira Fernandes, no município de Alcaçuz; a Unidade Psiquiátrica de Custódia e Tratamento (UPCT) e o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes (HPPSL), no município de Natal e a Comunidade Terapêutica CERENA, no município de Nísia Floresta.

O MNPCT contou com a participação de especialistas convidadas/os do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT/RN), da Defensoria Pública Estadual (DPE/RN) e da Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (COEDHUCI).

O relatório revela a existência de diversas formas de maus tratos e tortura física e psicológica, além de apontar vulnerabilidades que podem representar violações de direitos de pessoas privadas de liberdade.

Destaca-se a alimentação precária e imprópria para consumo; a total falta de assistência no âmbito da saúde, levando a quadros graves de saúde e surtos de doenças tratáveis, como tuberculose; existência de banho de sol a cada 15 dias com duração de no máximo 30 minutos; baixíssimo acesso à educação e ao trabalho; ausência de fornecimento pelo Estado de kits de higiene e limpeza; superlotação; falta de assistência jurídica; funcionamento sistemático das unidades prisionais a partir do protocolo do “procedimento”; ampliação da UPCT, contrariando a Lei da Reforma Psiquiátrica no país e também a Lei Estadual nº. 6758/1995; a falta de processos de desinstitucionalização e a frágil Rede de Atenção Psicossocial (RAP’s).

O Relatório traz 138 recomendações às autoridades competentes, de diferentes poderes e níveis da República, para a reversão desse grave quadro de crise humanitária a que estão sujeitas as pessoas privadas de liberdade no estado. Acesse a íntegra do relatório aqui.
Cyrillo

Blogueiro político em busca de divulgar as verdades escondidas nos atos dos atores políticos.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem