Familiares de detentos dos presídios de Ceará Mirim e Alcaçuz, em Nísia Floresta, reclamam que atos de tortura, nas duas casas de detenção, estão ocorrendo
O blog recebeu com exclusividade imagens e vídeos do protesto realizado hoje, em frente aos portões dos dois presídios.
"Agentes penitenciários vieram até o portão conversar conosco, mas precisamos saber como está a saúde dos nossos familiares. A direção disse que vai apurar", revelou a esposa de um detento.
O clima do protesto foi ordeiro. No momento da chegada de uma viatura ao presídio, o clima ficou mais agitado, palavas de ordem e pedido de justiça foram proferidos pelos familiares, na sua maioria esposas e mães de presos dos dois sistemas.
"Já sabemos os nomes dos agressores. Isso é uma covardia com nossos filhos e esposos. Queremos justiça", bradou uma mãe de preso, que também afirmou já terem formalizado denúncia na secretaria de justiça e MP.
Recebi um áudio de ex-detento, C.N.O, que saiu essa semana, com nomes de agentes que estão torturando os "irmãos". "Tem preso baleado, medicamento só recebemos depois de um mês, muitos presos com virose e sem o tratamento adequado. Tem uma tal de 'QUARENTONA' no pavilhão 4, estão apanhando até de telescópio de motocicleta, são humilhados, obrigados a comerem sabão, engolir água sanitária, pegar em fezes direto dos vasos sanitários. São raros os agentes que não torturam", falou o ex-detento.
Faixas com pedidos de justiça e pelo fim das agressões foram erguidas pelos familiares.
Cerca de 100 familiares estiveram hoje nos portões de entrada dos presídios de Alcaçuz e Ceará Mirim.
O sol castigou, mas os familiares estiveram firmes e só sossegaram quando falaram com a direção do presídio.
A direção do presídio apareceu para dialogar com o grupo.